sábado, 26 de outubro de 2013

Alavancagem de Carreira pode ser "pedra que rola rio": "não cria limo!"

Relendo a Revista EXAME ( Editora ABRIL), em sua Edição Especial - "MELHORES E MAIORES 2011 - As 1.000 Maiores Empresas do Brasil", encontrei uma declaração que há muito vinha esperando de algum executivo de destaque. Trata-se do que disse Oswaldo Melantonio Filho, Presidente da Endered do Brasil, sobre o potencial brasileiro de produzir talentos e mantê-los no mercado. Ele diz:
"A perda de talentos e a dificuldade de repor profissionais podem hipotecar o futuro da companhia".
Sim, está correto e não é diferente do que constatamos no nosso dia a dia e estudamos nas escolas. No entanto ele dá uma opinião que coincide com a minha preocupação. A seguir:
"No Brasil do pleno emprego, os desafios de atração e retenção aumentam, e a situação se agrava diante das características da chamada Geração Y. Em busca de aceleração da carreira, muitos jovens partem para uma troca mais acentuada de empregos, prática que envolve certo risco. O imediatismo e a visão de curto prazo podem redundar em um salto precipitado, de consequências danosas".
Com todo o respeito aos que se empolgam com esse critério de exigibilidade da Geração Y (aceleramento da carreira, alavancagem da carreira), é preciso pesar que os riscos são altos tanto para o profissional quanto para o empregador. Aqueles que estão acima da média ou que viram gurus - mesmo com pouca idade - são a minoria e, por mais que tenhamos conhecimento compartilhado e tecnologias preciosas para o domínio de determinado assunto, não podemos esquecer que na maioria dos casos os profissionais são esculpidos pelo tempo.
Em uma era em que não se pode errar - o que já é desumano - em que os profissionais são pressionados a fazer certo, sempre, já da primeira vez, é muito importante que os conhecimentos e habilidades "estejam no sangue" ou "estejam fundidos ao DNA profissional", do executor ou do executivo. Do contrário, mesmo com toda a argumentação de que inúmeras formas de se mitigar esse risco estão disponíveis às organizações, na hora da aplicação todos os argumentos passam pelo crivo das "necessidades ilimitadas" e dos "recursos escassos". Ou seja, na teoria é possível, mas na prática se torna muito difícil.
É preciso pensar se essa é uma tendência na economia ocidental ou se a Geração Y se faz presente, também, entre os orientais - especialmente entre indianos e asiáticos -, pois o Brasil não pode perder tempo reaprendendo, retrabalhando ou interrompendo projetos. Caso isso aconteça, o país do pleno emprego contratará mão de obra estrangeira por não ter competência para formar seu próprio quadro de talentos, além de potencializar ainda mais a escassez dos recursos.
É preciso pensar em políticas de gestão que respeitem a cadeia de formação e retenção de talentos, considerando o ser humano tal como ele é: um indivíduo que deve compartilhar o conhecimento, mas que vive para aprender; que possa ser meritocraticamente gerido, mas que trabalha para viver e não vive para trabalhar; que deve dar ao seu país e à sociedade o que se espera, mas que recebe a sua contrapartida: infraestrutura de saúde, segurança e educação, aliada ao conhecimento e experiência que formarão a sua essência no decorrer de sua longa jornada.
Por isso, sempre que penso ou converso sobre esse assunto, eu me lembro de uma lição que minha avó (Dona Carmelita) me deu há muitos anos e que há muito serve para que os profissionais pensem sobre o concluir suas missões e para que as organizações pensem sobre diminuir os gaps de talentos:
"Pedra que rola o rio não cria limo".

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Sucesso? A escolha é sua!

Fala-se muito que, para o sucesso de um empreendimento - e aqui vale ressaltar que estamos no campo do empreendimento individual, que pode ser um aprendizado, uma promoção, uma carreira, etc - é necessário que se saiba o que se quer, onde e por que se quer chegar, além de estabelecer um plano de "como" isso será feito - tudo sem se esquecer de com quem se trabalhará no empreendimento, quando ele será cumprido e quanto de energia se gastará até que se cumpra. É interessante observar que o foco é mais facilmente alcançado quando se estabelecem metas que, cumpridas a cada "momento de medição", mostram que o planejamento está sendo respeitado com eficiência e provavelmente será eficaz. Em caso contrário, revisões de planos acontecem e põem o empreendimento no rumo necessário para se atingir o sucesso. Nada de novo, certo? Tudo o que já se estudou nos livros de administração e praticou na gestão - desde a estratégica até a do dia a dia - que, tecnicamente, as empresas vêm envolvendo seus talentos com BSCs, PDCAs, certificações internacionais, etc.

De uma forma particular, mas talvez compartilhada por outros (e, espero, por muitos outros!), tenho como premissa que para o sucesso de uma carreira no mundo atual, é mais eficaz se trouxermos todo aquele conhecimento corporativo descrito acima para que seja aplicado na carreira do profissional. Mas o profissional é um ser humano e é um ser holístico, isto é, ele é um ser indivisível, que não pode ser entendido através de uma análise separada de suas diferentes partes. O mesmo profissional que lucra e dá lucro é quem sustenta ou compartilha o sustento de uma família e crê (ou não) na existência espiritual de um ser supremo que comanda a todos. Portanto, para se alinhar aquilo que se fará na carreira com o que se acredita e espera, é necessário que cada um entenda ou estabeleça a razão de sua existência como ente ativo no desenvolvimento da sociedade e alinhe sua missão estratégica profissional ao que estabeleceu para si. Caso contrário, muito provavelmente não sentirá a felicidade do sucesso; daí o risco do recalque profissional e pessoal.

Essa visão passa por outra premissa, a de que aquilo que se passa no campo do pensamento e dos sentimentos pode ser canalizado através de palavras e ações. Palavras boas e corretas, associadas a ações éticas e determinantes, são os tijolos que constroem os templos virtuosos dos seres humanos que têm sucesso duradouro. (Sim, o sucesso duradouro existe, nem todo o sucesso é efêmero. Mas isso é um assunto para outro artigo.)

Então é uma boa postura ver o mundo com bons olhos, mesmo que o "mundo aparente" se mostre contrário ao que olhamos? Peço a resposta a Charles Chaplin, que nos brinda com a conclusão de que SIM, mas a escolha é toda do profissional, a escolha é sua!

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia-noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus por ter um teto que abrigue minha família e meus pertences. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Posso lamentar se as coisas não saíram como planejei ou ficar feliz por ter hoje para recomeçar.

O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.
E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim.

  • Sorria. Mas não se esconda atrás deste sorriso.
  • Mostre aquilo que você é. Sem medo. Existem pessoas que sonham.
  • Viva.
  • Tente.
  • Ame acima de tudo. Ame a tudo e a todos. Deles depende a felicidade completa.
  • Procure o que há de bom em tudo e em todos. Não faça dos defeitos uma distância e, sim uma aproximação.
  • Aceite. A vida, as pessoas. Faça delas a sua razão de viver. Entenda os que pensam diferente de você: não os reprove. Olhe à sua volta, quantos amigos... Você já tornou alguém feliz? Ou fez alguém sofrer com seu egoísmo?
  • Não corra... Para que tanta pressa! Corra apenas para dentro de você.
  • Sonhe, mas não transforme esse sonho em ruga.
  • Acredite! Espere! Sempre deve haver uma esperança. Sempre brilhará uma estrela.
  • Chore! Lute! Faça aquilo que você gosta. Sinta o que há dentro de você.
  • Ouça... Escute o que as pessoas têm a lhe dizer. É importante.
  • Faça dos obstáculos degraus para aquilo que você acha supremo. Mas não esqueça daqueles que não conseguiram subir a escada da vida.
  • Descubra aquilo de bom dentro de você.
  • Procure acima de tudo ser gente.
Eu também vou tentar. Sou feliz... Porque você existe!

Charles Chaplin