domingo, 22 de dezembro de 2013

O que é Planejamento Estratégico? (Entrevista)

Entrevista dada aos alunos da Pós-Graduação em Gestão Empresarial do projeto A VEZ DO MESTRE da Universidade Candido Mendes, em outubro de 2011.


1) O que é um Planejamento Estratégico?

CMT: De forma simplória, é um processo gerencial que estabelece os objetivos de uma organização, assim como os caminhos para a execução de programas de ação que visam o atingimento desses objetivos. Para isso é necessário o estudo das condições ambientais do mercado, sua indústria, seus processos e recursos.

2) Para que serve um PE?

CMT: O PE não existe somente para organizações, ele serve, também, aos profissionais. Toda a pessoa (física ou jurídica) que quer saber onde chegar, precisa do PE. Aquelas que não se preocupam com o "onde" se quer chegar... bem, para essas qualquer lugar serve, não é mesmo? Imagine o Amir Klink partindo para uma de suas superexpedições. Para ele o PE foi fundamental na transformação do sonho em realidade, desde sua ideia até o retorno da viagem, a chegada, passando pela busca pelo patrocínio, a preparação da logística e pelos planos de contingências. É preciso sair do sonho e construir a realidade. É por isso que ele disse: "Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir".

3) Você acha que hoje em dia é possível alguma empresa sobreviver sem um bom PE?

CMT: Sinceramente, não. O mercado hoje é hipercompetitivo e os empreendedores e administradores sabem disso. É possível que possam existir PEs feitos e executados de forma intuitiva, mas isso é uma raridade. Humberto Mauro (Pioneiro do Cinema Nacional e professor de inúmeros cineastas de renome internacional, tais como Glauber Rocha, Alex Viany, Davi Neves e outros) é um exemplo de quem tinha todo o PE de suas produções cinematográficas guardadas em sua mente, nada no papel. Para ele, deu certo, mas ele não recomendava o mesmo processo aos que o sucederam. Hoje a indústria do cinema é uma das que mais exige um ótimo PE, pois, do contrário, o fracasso é quase inevitável.

4) O que é necessário para uma boa elaboração de um PE?

CMT: São muitas as necessidades, mas destaco a principal: a capacidade de enxergar aquilo que não existe, sejam oportunidades/ameaças inexistentes ou condições adversas. A médica pernambucana Karina da Cunha e seu marido, também médico, Isac Szwarc, estavam mergulhando em uma das praias de Phi Phi, na Tailândia, a 23 metros de profundidade quando aconteceu o tsunami que matou mais de 160 mil pessoas no Sudeste Asiático e na África, em dezembro de 2004. Essa é uma condição adversa que certamente não estava no PE da viagem daquele casal. Pura sorte. A elaboração do PE busca dar caminhos alternativos para as adversidades e certamente milhares gostariam de ter a capacidade de enxergar aquilo que não era imaginável para que pudessem se preparar daquela tragédia que impediu que se concluíssem outros milhares de empreendimentos que naufragaram no tsunami. Duvido muito que a possibilidade de um tsunami não esteja nas "lições aprendidas" daqueles médicos-mergulhadores; duvido mais ainda que não seja considerada essa possibilidade na elaboração da próxima aventura na ásia ou na áfrica.

5) Em sua opinião, um bom PE é uma garantia de sucesso?

CMT: De forma alguma. Certa vez ouvi de um professor dizer que "nós, americanos, planejamos uma tarefa durante uma hora para a executarmos em quatro, enquanto os japoneses planejam a tarefa durante quatro horas para a executarem em somente uma hora; o resultado disso é que a qualidade da execução e, muitas vêzes, do produto final é muito maior". O que eu quero dizer é que um bom PE reduz as incertezas de tal forma que o foco na execução permite uma melhor qualidade daquilo que se quer produzir ou realizar. Mas ele - o PE - não produz ou realiza, porque isso é feito durante sua execução. O sucesso se conquista quando ambas as etapas se respeitam: planejamento e execução.

6) O que deve ser feito para que o PE seja eficiente e eficaz?

CMT: Para o PE ser eficiente, ele deve ser feito da forma certa e para ser eficaz deve atingir os seus objetivos. A forma certa varia, caso a caso. Certa vez assisti a um vídeo com o Oscar Schmidt dizendo a fórmula do sucesso nas quadras de basquete - não me lembro as palavras usadas por ele, mas o sentido era esse: "eu não chego onde a bola está, eu chego onde ela estará". Oscar era eficiente quando treinava com seus companheiros e entendia a movimentação da equipe e como se comportavam seus passes e outras táticas e jogadas individuais. Aumentava sua eficiência quando, ao término dos coletivos, permanecia na quadra - muitas vêzes sozinho - treinando arremessos de três pontos. A eficácia se constatava quando era o melhor em quadra - quase sempre - e garantia os melhores resultados para sua equipe. Oscar Schmidt tinha talento? É claro, inclusive para saber que a eficácia depende de muito "samba, suor e lágrimas", ou seja, de muita eficiência.

7) De que forma o PE foi realizado na sua empresa?

CMT: Já participei de PEs em empresas nas quais era funcionário e outras como consultor. Em qualquer caso ele seguiu cientificamente as etapas formais - definição do negócio, valores, posicionamento, estudo do ambiente, formulação de cenários, planos de ação, etc. O que posso destacar é que, seja em PEs mais formais ou PEs menos compromissados com a documentação de todos os passos da metodologia, em todos eles, a participação da direção foi fundamental para criar ou não a credibilidade necessária para o momento da execução tática e operacional. As equipes da organização percebem quando existe insegurança ou descrença da direção quando o PE é desenvolvido.

8) O PE é revisado? Se sim, qual é o período ideal?

CMT: Com certeza ele é revisado, mas o tempo varia, também, caso a caso. Pode-se estabelecer um prazo, por exemplo semestral ou anual, mas a rigidez do cumprimento só deve ser considerada se não houve revisão ou revisões anteriores ao ciclo predeterminado. Isso porque, conforme eu já disse lá no início da nossa conversa, um bom planejamento exige planos de contingência e não é cem por cento infalível durante a execução. O importante é acompanhar, verificar o cumprimento e os resultados parciais para se saber se os planejamentos táticos e operacionais estão dando certo, assim como se os cenários continuam os mesmos. Essa história de que "o Brasil foi descoberto porque Cabral teve sua frota desviada do rumo por uma calmaria" é coisa dos antigos livros de história.

9) Cite um caso em que a implantação do PE foi fundamental para sua empresa.

CMT: Todos sabem que Educação, no Brasil, não tem escala e dá prejuízo. Uma das experiências que eu mais me sinto feliz de ter participado foi a construção de uma Instituição de Ensino Superior que é rentável, autosuficiente e de alto nível de qualidade real e percebida. O Instituto Infnet com suas escolas superiores de tecnologia da informação e de comunicação e design digital é hoje líder na formação de profissionais de alto nível no estado do Rio de Janeiro. Isso não foi feito de forma intuitiva e, mais, o sonho pertencia a empreendedores que não tinham tradição no ramo da Educação. Assim, não havia alternativa: tudo tinha que ser feito com base em valores sólidos, muito planejamento estratégico, tático e operacional, determinação e trabalho, muito trabalho mesmo. Sem o PE, tenho a certeza de que não teríamos conseguido chegar onde chegamos.

10) Qual planejamento estratégico vocês ainda não implantaram, mas pretendem implantar no futuro?

CMT: Atualmente estou trabalhando em dois PEs diferentes e um projeto de gestão por competências. Infelizmente não poderia detalhar, por questão de lealdade aos meus parceiros e clientes, mas posso dizer que um está na criação do segmento de gestão para uma nova escola que está no mercado do Rio de Janeiro e outro está no posicionamento de uma já estabelecida consultoria de TI, também no mesmo estado.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Cada sonho que você deixa pra trás é um pedaço do seu futuro que deixa de existir. (Steve Jobs)

Fernando Sabino disse que "o complicado da vida é que entre 100 caminhos, temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros 99." Mas, se esse caminho único escolhido for exatamente aquele do seu sonho, quem pode dizer que os outros 99 serão uma nostalgia incômoda?

Abaixo estão duas reproduções: uma imagem que baseou o título da postagem, de autor  conhecidíssimo, e um texto de autor desconhecido. É fácil de ler. É encorajador. Por último deixo uma mensagem valiosa de alguém que de muito entende de felicidade.




"O sonho não é tão simples quanto parece.
Pelo contrário, pode ser uma atividade perigosa.

Quando queremos algo,
colocamos em marcha energias poderosas,
e já não podemos esconder de nós mesmos
o verdadeiro sentido de nossa vida.

Quando queremos algo,
fazemos uma escolha do preço a pagar.

Seguir um sonho tem um preço.

Pode exigir que abandonemos velhos hábitos, 
pode nos fazer passar por dificuldades,
desanimar e ter decepções.

Mas, por mais alto que seja este preço,
nunca é tão alto como
o que é pago por quem nunca viveu o seu sonho.

Porque estes, um dia, vão olhar para trás,
ver tudo o que não fizeram e escutar o próprio coração dizer:
'Desperdicei minha vida'.

Acreditem, esta é uma das
piores constatações que alguém pode ter."

(Autor Desconhecido)

Aos que não realizaram o seu sonho:

"Embora ninguém possa voltar atrás
e fazer um novo começo,
qualquer um pode começar agora 
e fazer um novo fim."

(Chico Xavier)

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Interesses corporativos X Interesses pessoais: Não adianta fugir e existe solução!

"Para nos sentirmos necessários e satisfeitos, necessitamos alcançar nossos objetivos e ter o respeito dos outros."
(Abraham Maslow, 1943)
Se para se sentir necessário e satisfeito o ser humano necessita alcançar objetivos e ter o respeito dos outros; se o profissional é um ser humano e precisa cumprir objetivos e metas para ser reconhecido (ou para não passar por desconhecido); por que a maioria das organizações não conseguem efetividade em suas políticas de atingimento de metas?

As respostas obviamente são muitas e esse já foi o tema de inúmeras apresentações, trabalhos, dissertações, mestrados e doutorados. Mas o nosso papel é olhar com olhos de quem tem compromisso com o conhecimento, com a competência e, em primeiro lugar, com o ser humano. Por isso, vamos começar refrescando a memória, lembrando que já não é nova a discussão sobre a aplicabilidade de modelos de gestão com foco na melhoria do ambiente de trabalho e no comportamento humano. Maslow já dizia, em 1950, que "pessoas não são uma coleção de sintomas, mas acima de tudo, são pessoas".

Comportamento humano. Isso lembra o corolário de Peter Drucker: "As pessoas são contratadas pelo seu currículo (conhecimento formal, habilidades técnicas e experiências passadas), mas são demitidas pelos seus comportamentos". Essa é uma constatação que se repete nas pesquisas, mas de fundo behaviorista, portanto, um legado da psicologia nas teorias gerais de administração. Por enquanto, vamos elaborar levantando-se a hipótese de que o comportamento do profissional (do ser humano, certo?) pode na prática estar ligado ao não atingimento das metas das organizações, além de ser - talvez - o fator preponderante de muitos insucessos. Isso dá lastro para o investimento nas competências comportamentais dos talentos de uma organização. Ter essa segurança é o objetivo da ação planejada na gestão de pessoas, considerando a tecnologia que existe em cada colaborador, suas competências, motivações, desmotivações... comportamentos. Isso concilia a prioridade matemática com a humana.

A ação planejada da gestão de pessoas não é independente do que a organização almeja com a sua estratégia. Se a organização deseja dominar um mercado específico em determinado espaço de tempo e com elevados padrões éticos, ela deverá investir em talentos que tenham valores e motivações e condições de responder profissionalmente à altura daquilo que seu planejamento estratégico traçou como propriedades importantes para o sucesso do empreendimento. A capacidade de atingir os objetivos de uma organização passa pela capacidade profissional e, principalmente, comportamental de toda a sua equipe.

Como simples comentário em primeira pessoa, sempre reforço aos meus alunos ou colaboradores o conceito de que, assim como nas organizações, cada indivíduo deve ter a sua Missão. Qual é a missão de cada um - aquilo que o inspira a viver e lutar a boa luta de todos os dias, porque, por mais difícil e complexo que se pareça, é apenas algo que precisa ser superado para o cumprimento do seu papel em sua vida - e qual é (ou são) a visão de curto, médio ou longo prazos - aquela forma como cada um quer ser percebido como um agente construtor de um mundo melhor? Confesso que para conseguir isso - de cada membro da equipe ou de cada aluno - preciso aplicar ferramentas que tangibilizem ou, mesmo, materializem as respostas. Só assim conseguimos, juntos, vencer o bloqueio do ser humano em olhar para dentro de si e conhecer-se, se não totalmente, pelo menos um pouco mais. É incrível quando damos um pequeno passo nesse sentido; a impressão que se tem é a de que o mundo muda! Mas vamos evitar divagações e retornar o rumo do assunto.

Se é tão difícil que cada indivíduo (portanto, cada profissional) saiba o que quer, qual sua missão, qual sua visão e, especialmente, saiba relacionar quais são os seus valores, pergunta-se:
Como uma organização pode ter a "arrogância" de criar um programa de cunho humanista, que vise melhorar o ambiente de trabalho e gerir o comportamento de seus quadros; como pode ela investir em competências comportamentais e planejar uma gestão de pessoas, como se ela - a organização - conheça cada um mais do que cada um conhece a si mesmo?
A resposta não é única, pois cada caso é um caso e é por isso que um profissional especializado deve ser contratado. O especialista está preparado para não permitir "as amarras da arrogância" e entender e conciliar motivações cartesianas e materiais com as humanísticas e conscienciais, utilizando-se do elo behaviorista que une ambas as tendências:

  • Observar o contexto geral e particular de cada organização;
  • Entender suas estratégias e valores;
  • Levantar competências necessárias para o atingimento de metas e objetivos;
  • Levantar interesses, estratégias e valores individuais dos colaboradores;
  • Mapear o nível de alinhamento de competências, valores e interesses pessoais e organizacionais;
  • Propor políticas e criar programas que viabilizem a unidade comum, o foco na recompensa final que, assim, será o interesse de ambos.

Trabalhei em uma instituição que tinha um programa intitulado "O que fazer para termos nossos colaboradores mais felizes?". Era muito bom, mas eu sempre me mantinha alerta para não perder de vista "o que os colaboradores devem fazer para deixar a organização mais feliz, em todos os níveis".

A gestão de pessoas não trabalha só. Ela trabalha com a organização, em todos os níveis - estratégicos, táticos em seus processos gerenciais e operacionais em suas atribuições -, pois em todos os níveis estão pessoas. Behaviorismo? Psicologia humanista? Administração? Chame do que quiser, mas é gerindo pessoas adequadamente que as organizações mantêm a tecnologia dentro da organização e cumpre seu papel com a sociedade.

O melhor é contarmos aos nossos netos que participamos desse grande projeto corporativo de fazer pessoas felizes, necessárias e satisfeitas em uma sociedade com alta qualidade de vida.

sábado, 26 de outubro de 2013

Alavancagem de Carreira pode ser "pedra que rola rio": "não cria limo!"

Relendo a Revista EXAME ( Editora ABRIL), em sua Edição Especial - "MELHORES E MAIORES 2011 - As 1.000 Maiores Empresas do Brasil", encontrei uma declaração que há muito vinha esperando de algum executivo de destaque. Trata-se do que disse Oswaldo Melantonio Filho, Presidente da Endered do Brasil, sobre o potencial brasileiro de produzir talentos e mantê-los no mercado. Ele diz:
"A perda de talentos e a dificuldade de repor profissionais podem hipotecar o futuro da companhia".
Sim, está correto e não é diferente do que constatamos no nosso dia a dia e estudamos nas escolas. No entanto ele dá uma opinião que coincide com a minha preocupação. A seguir:
"No Brasil do pleno emprego, os desafios de atração e retenção aumentam, e a situação se agrava diante das características da chamada Geração Y. Em busca de aceleração da carreira, muitos jovens partem para uma troca mais acentuada de empregos, prática que envolve certo risco. O imediatismo e a visão de curto prazo podem redundar em um salto precipitado, de consequências danosas".
Com todo o respeito aos que se empolgam com esse critério de exigibilidade da Geração Y (aceleramento da carreira, alavancagem da carreira), é preciso pesar que os riscos são altos tanto para o profissional quanto para o empregador. Aqueles que estão acima da média ou que viram gurus - mesmo com pouca idade - são a minoria e, por mais que tenhamos conhecimento compartilhado e tecnologias preciosas para o domínio de determinado assunto, não podemos esquecer que na maioria dos casos os profissionais são esculpidos pelo tempo.
Em uma era em que não se pode errar - o que já é desumano - em que os profissionais são pressionados a fazer certo, sempre, já da primeira vez, é muito importante que os conhecimentos e habilidades "estejam no sangue" ou "estejam fundidos ao DNA profissional", do executor ou do executivo. Do contrário, mesmo com toda a argumentação de que inúmeras formas de se mitigar esse risco estão disponíveis às organizações, na hora da aplicação todos os argumentos passam pelo crivo das "necessidades ilimitadas" e dos "recursos escassos". Ou seja, na teoria é possível, mas na prática se torna muito difícil.
É preciso pensar se essa é uma tendência na economia ocidental ou se a Geração Y se faz presente, também, entre os orientais - especialmente entre indianos e asiáticos -, pois o Brasil não pode perder tempo reaprendendo, retrabalhando ou interrompendo projetos. Caso isso aconteça, o país do pleno emprego contratará mão de obra estrangeira por não ter competência para formar seu próprio quadro de talentos, além de potencializar ainda mais a escassez dos recursos.
É preciso pensar em políticas de gestão que respeitem a cadeia de formação e retenção de talentos, considerando o ser humano tal como ele é: um indivíduo que deve compartilhar o conhecimento, mas que vive para aprender; que possa ser meritocraticamente gerido, mas que trabalha para viver e não vive para trabalhar; que deve dar ao seu país e à sociedade o que se espera, mas que recebe a sua contrapartida: infraestrutura de saúde, segurança e educação, aliada ao conhecimento e experiência que formarão a sua essência no decorrer de sua longa jornada.
Por isso, sempre que penso ou converso sobre esse assunto, eu me lembro de uma lição que minha avó (Dona Carmelita) me deu há muitos anos e que há muito serve para que os profissionais pensem sobre o concluir suas missões e para que as organizações pensem sobre diminuir os gaps de talentos:
"Pedra que rola o rio não cria limo".

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Sucesso? A escolha é sua!

Fala-se muito que, para o sucesso de um empreendimento - e aqui vale ressaltar que estamos no campo do empreendimento individual, que pode ser um aprendizado, uma promoção, uma carreira, etc - é necessário que se saiba o que se quer, onde e por que se quer chegar, além de estabelecer um plano de "como" isso será feito - tudo sem se esquecer de com quem se trabalhará no empreendimento, quando ele será cumprido e quanto de energia se gastará até que se cumpra. É interessante observar que o foco é mais facilmente alcançado quando se estabelecem metas que, cumpridas a cada "momento de medição", mostram que o planejamento está sendo respeitado com eficiência e provavelmente será eficaz. Em caso contrário, revisões de planos acontecem e põem o empreendimento no rumo necessário para se atingir o sucesso. Nada de novo, certo? Tudo o que já se estudou nos livros de administração e praticou na gestão - desde a estratégica até a do dia a dia - que, tecnicamente, as empresas vêm envolvendo seus talentos com BSCs, PDCAs, certificações internacionais, etc.

De uma forma particular, mas talvez compartilhada por outros (e, espero, por muitos outros!), tenho como premissa que para o sucesso de uma carreira no mundo atual, é mais eficaz se trouxermos todo aquele conhecimento corporativo descrito acima para que seja aplicado na carreira do profissional. Mas o profissional é um ser humano e é um ser holístico, isto é, ele é um ser indivisível, que não pode ser entendido através de uma análise separada de suas diferentes partes. O mesmo profissional que lucra e dá lucro é quem sustenta ou compartilha o sustento de uma família e crê (ou não) na existência espiritual de um ser supremo que comanda a todos. Portanto, para se alinhar aquilo que se fará na carreira com o que se acredita e espera, é necessário que cada um entenda ou estabeleça a razão de sua existência como ente ativo no desenvolvimento da sociedade e alinhe sua missão estratégica profissional ao que estabeleceu para si. Caso contrário, muito provavelmente não sentirá a felicidade do sucesso; daí o risco do recalque profissional e pessoal.

Essa visão passa por outra premissa, a de que aquilo que se passa no campo do pensamento e dos sentimentos pode ser canalizado através de palavras e ações. Palavras boas e corretas, associadas a ações éticas e determinantes, são os tijolos que constroem os templos virtuosos dos seres humanos que têm sucesso duradouro. (Sim, o sucesso duradouro existe, nem todo o sucesso é efêmero. Mas isso é um assunto para outro artigo.)

Então é uma boa postura ver o mundo com bons olhos, mesmo que o "mundo aparente" se mostre contrário ao que olhamos? Peço a resposta a Charles Chaplin, que nos brinda com a conclusão de que SIM, mas a escolha é toda do profissional, a escolha é sua!

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia-noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus por ter um teto que abrigue minha família e meus pertences. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Posso lamentar se as coisas não saíram como planejei ou ficar feliz por ter hoje para recomeçar.

O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.
E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim.

  • Sorria. Mas não se esconda atrás deste sorriso.
  • Mostre aquilo que você é. Sem medo. Existem pessoas que sonham.
  • Viva.
  • Tente.
  • Ame acima de tudo. Ame a tudo e a todos. Deles depende a felicidade completa.
  • Procure o que há de bom em tudo e em todos. Não faça dos defeitos uma distância e, sim uma aproximação.
  • Aceite. A vida, as pessoas. Faça delas a sua razão de viver. Entenda os que pensam diferente de você: não os reprove. Olhe à sua volta, quantos amigos... Você já tornou alguém feliz? Ou fez alguém sofrer com seu egoísmo?
  • Não corra... Para que tanta pressa! Corra apenas para dentro de você.
  • Sonhe, mas não transforme esse sonho em ruga.
  • Acredite! Espere! Sempre deve haver uma esperança. Sempre brilhará uma estrela.
  • Chore! Lute! Faça aquilo que você gosta. Sinta o que há dentro de você.
  • Ouça... Escute o que as pessoas têm a lhe dizer. É importante.
  • Faça dos obstáculos degraus para aquilo que você acha supremo. Mas não esqueça daqueles que não conseguiram subir a escada da vida.
  • Descubra aquilo de bom dentro de você.
  • Procure acima de tudo ser gente.
Eu também vou tentar. Sou feliz... Porque você existe!

Charles Chaplin